24 de novembro de 2017

Rygar: The Legendary Adventure

Que grande ioiô!
Desenvolvido por: Tecmo, Team Tachyon
Publicado por: Tecmo
Director: Takao Ando
Produtor: Satoshi "Wake Up" Kanematsu
Compositor(es): Hiroaki Takahashi, Takayasu Sodeoka, Riichiro Kuwabara
Plataforma: PlayStation 2
Lançamento: 25-11-2002 (JP), 05-12-2002 (EUA), 30-05-2003 (EU)
Género: Acção, Aventura, Hack 'n Slash
Modos de jogo: Modo história para um jogador
Media: DVD-ROM (4.7GB)
Funcionalidades: Gravação de progresso no Memory Card (150KB mínimo), Compatível com controlo analógico: apenas joysticks, Compatível com Função de Vibração
Outros nomes: Argus no Senshi (アルゴスの戦士) (JP)
Estado: Completo
Condição: Boa, com algumas marcas de uso
Viciómetro: Acabei-o uma vez mas lá voltarei um dia.

(Este tempo anda todo marado...)

Olha a Britney ali no canto!
Actualmente é muito comum ouvirmos falar em remakes, remasters e reboots mas voltando atrás no tempo, algures em 2002, nada disto era habitual. O certo é que iam sendo feitos, mais os remakes e reboots, sem que nos apercebêssemos disso em alguns casos. Mas coloca-se sempre a questão: se o original era bom porque razão alterar uma fórmula que funciona? A resposta é unânime: mostrar o potencial do hardware actual e acompanhar os tempos. Afinal de contas, em 2002 ninguém queria jogar jogos 2D cheios de flickering e que mais valia estarem num sótão dentro de uma caixa empoeirada a criar teias de aranha. Pensavam eles. Bom, mas o que importa é o jogo que trago até aqui hoje, baseado no original da NES, que até é um bom título. Este exemplar foi adquirido algures em Fevereiro de 2016, por €4.95 na Play N' Play estando em muito bom estado.


Manual e DVD.
Rygar: The Legendary Adventure começa por se apresentar como uma aventura de proporções épicas, algo nunca antes presenciado numa PS2. Ok, se calhar exagero um pouco mas percebem a ideia. A coisa começa algures em Argus, uma ilha no Mar Mediterrâneo onde o nosso herói Rygar está prestes a receber uma coroa de louros (magnífica recompensa btw) em prol da sua vitória nos mares quando a coisa corre mal. Do nada, os titãs decidem aparecer na festa sem serem convidados, raptam a princesa (sim, existe uma princesa mas já lá vamos) e Rygar é atirado para um fosso, cortesia da amabilidade de um Minotauro. Ah, e isto tudo foi um plano congeminado por Echidna pois não podia faltar um grande vilão por trás disto tudo. O resto já se sabe que nos toca a nós descobrir.

Sacanas dos putos... aquilo são putos, certo?
Antes de God of War surpreender tudo e todos com as suas proezas técnicas, Rygar já cá andava a fazer exactamente o mesmo. God of War devia ajoelhar-se e agradecer por ter tido um antecessor que lhe facilitou muito a vida pois acabou por ser um jogo bastante melhor e mais divertido. Mas considerando que Rygar saiu uns anos antes, fiquei deveras surpreendido pela qualidade visual do jogo. O grafismo é algo que sobressai em comparação com outros jogos da época, com cenários de grandes dimensões, bastante detalhados e com imensos pormenores (podemos até destruir certas partes dos mesmos), onde a acção decorre a 60 frames praticamente sem solavancos. E isto é especialmente bonito de se ver quando lutamos contra os gigantescos bosses que o jogo nos proporciona, algo que naquela época era incrível de se ver. No geral, as personagens e inimigos são bastante fluídas, ainda que ache que os inimigos sejam bastante repetitivos em termos de aparência o que a longo prazo se torna monótono. Ainda assim existe uma personagem que eu tenho quase a certeza que quem a criou era fã de Britney Spears. Adivinharam qual é? Exacto, a princesa. Será que a Brit recebeu dinheiro por direitos de imagem? 

Minhocas, minhocas everywhere.
Um jogo que tem no nome Legendary, tem de ter uma banda sonora à altura e nesse campo Rygar não nos desaponta oferecendo uma banda sonora que encaixa perfeitamente no tema com momentos de epicidade (creio que esta palavra não exista mas ok) durante os combates mais acesos e melodias mais harmoniosas quando a coisa assim o proporciona. Existe até uma faixa cantada por uma cantora de ópera o que prova que estes tipos estavam a apontar alto. O voice-acting não é o melhor, verdade seja dita, especialmente os diálogos entre as personagens e afins mas confesso que já ouvi pior e em Rygar tudo é tolerável. Efeitos sonoros e tudo o resto funciona como era de se esperar sem nada a apontar.

They see me zippin'...
Onde Rygar podia ter sido melhor é mesmo na jogabilidade. O controlo da personagem é bastante fácil e intuitivo, com três Diskarmors à nossa disposição (ainda que comecemos só com uma), cada qual com os seus pontos fortes e fracos mas no fundo resume-se ao alcance dos ataques: long, medium e short range. As mesmas permitem invocar criaturas diferentes (Cerberus, Talos e Siren) para ataques devastadores que obviamente consomem a barra de magia (neste caso chama-se Icol). Para além disto, Rygar pode executar outros movimentos e ataques, bem como utilizar a Diskarmor como grappling hook. A evolução da personagem faz-se através da Diskarmor, podendo aumentar o ataque, defesa e velocidade. Entre os combates e apreciar as vistas, existem várias zonas com puzzles para usarmos um bocadinho a cabeça sem nada de grandes dificuldades.

Por vezes é preciso apreciar a paisagem.
Tudo isto parece bastante normal para o tipo de jogo que é mas o certo é que se torna repetitivo muito rapidamente. Os combos, que podemos ir desbloqueando, não são muito variados e há sempre um que funciona melhor que todos os outros. Por outro lado, os inimigos tendem a repetir-se para lá do desejado e vamos dar por nós a lutar contra minhocas espinhudas vezes sem conta. A câmara nem sempre está do nosso lado, ficando em ângulos estranhos e dificultando imenso o combate, por norma, quando estamos mais aflitos devido à sua natureza fixa. E apesar de não ser um jogo difícil no geral, certas áreas revelam ser um pesadelo se não tivermos cuidado ou itens para nos ajudar. Um grupo de inimigos pilinhas pode rapidamente ser a nossa morte se decidirem fazer um gangbang e não estivermos alerta. O mesmo acontece nos bosses, especialmente lá mais para o final. Se não tivermos itens de cura ou para restaurar Icol, o certo é não conseguirmos avançar. Isto deve-se ao número estupidamente reduzido de itens que podemos carregar (e ao dano que sofremos em combate) e temos mesmo de gerir bem as coisas para termos alguma vantagem no final.

Brtiney, is that you?
Em suma, Rygar: The Legendary Adventure é um jogo divertido e sem dúvida alguma um brilhante exemplo do que a PS2 nos podia proporcionar em termos técnicos em 2002. Algo que mais tarde ainda se revelou mais impressionante. Peca apenas por ser bastante repetitivo, com pouca variedade em termos de inimigos e uma falta de balanço em certas áreas. Existe também um port do jogo para a Wii com alguns extras mas como não o tenho, não posso opinar. Ainda assim e porque tem a Britney Spears (peço perdão, a princesa Harmonia), é um JOGALHÃO DE FORÇA!

Próximo jogo: uma das melhores versões de Tetris de sempre na Nintendo DS.

MURRALHÕES DE FORÇA:
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário